Autoconhecimento

Por que ter o Autoconhecimento como um objetivo, como um elemento importante na gestão participativa? Como esta busca por se conhecer mais e mais se conecta com os negócios de uma empresa?  São perguntas no mínimo interessantes.

Vamos começar pelo final. No mundo de hoje, fluido, com uma oferta múltipla e variada em todas as esferas de negócio, vai permanecer no mercado quem conseguir entregar para o seu cliente exatamente aquilo que ele deseja (e um pouco mais ainda, na verdade), surpreendendo-o em algum momento do processo. É só pensarmos nas nossas atitudes como consumidores: somos exigentes, queremos ser atendidos rapidamente, demandamos que os produtos e serviços sejam perfeitos, queremos que as nossas particularidades sejam atendidas e, caso queiramos mudar de fornecedor, temos muitas possibilidades de escolha. Aquela empresa que, além de nos entregar tudo isto, nos surpreenda positivamente, através de algo inesperado, nos conquista.

Para atender a este tipo de consumidor ou cliente, temos de ser muito focados nos seus gostos e necessidades, entendendo as suas demandas, que por sinal mudam a toda hora. E, se reagimos a estas mudanças de uma forma negativa, não chegaremos lá. Se, por outro lado, reagimos positivamente porque estamos bem conosco mesmos, tranquilos, confiantes de que seremos competentes de entregar algo que nem sabemos ainda o que é, então estaremos construindo o caminho para surpreender o cliente. E adivinhem quem tem mais condições de ser esta pessoa? Exatamente aquela que se conhece, que sabe e aceita suas limitações, que está disposta e ouvir o outro, a considerar o ponto de vista dele, por mais estranho que pareça.

Isto, na verdade, é uma atitude que pode e deve ser aprendida. Como? Iniciando-se por ouvir o que os outros dizem sobre nós, quem somos, suas percepções, para que se inicie dentro de nós todo um processo de autoconhecimento, que nos torne mais ouvintes, com maior compaixão, que nos melhore como pessoa e nos capacite para se dedicar ao outro, ao invés de recriminá-lo e julgá-lo. A parte boa deste processo é que, ao escutar o que o outro tem a dizer a nosso respeito, alimentamos a nossa humildade, crescemos e isso aumenta a nossa autoestima. Chamamos a isto de Conversa de Valor, e seus líderes devem utilizá-la sempre que possível.

A negação da percepção dos outros a nosso respeito nos faz ficar na defensiva, passamos a olhar os outros com desconfiança e regredimos em nosso crescimento. Isto afetará, seguramente, a relação com os demais seres humanos, entre os quais estão os nossos clientes, os nossos parceiros de trabalho e, inclusive, a nossa família. Por isto o autoconhecimento como objetivo de gestão, gerando inovação e riqueza, na vida e nos negócios faz sentido na gestão participativa.

Na verdade, faz sentido na nossa vida.